quarta-feira, 5 de julho de 2017

CRITÉRIOS DO PROGRAMA DE ENERGIA SOLAR ENGIE E CELESC



No primeiro semestre de 2017 a maior concessionária de distribuição de energia elétrica no estado de Santa Catarina, a Celesc, lançou o programa Bônus Fotovoltaico que ofereceu desconto de 60% na aquisição de um sistema fotovoltaico completo para 1.000 unidades consumidoras que estavam em dia com sua fatura e que atendessem aos requisitos mínimos do programa. O objetivo deste artigo é fornecer mais detalhes sobre o programa, detalhes que foram apresentados pelas empresas envolvidas durante o último seminário de energias renováveis realizado em Florianópolis no início do mês de Junho, afim de analisar o critério de seleção dos usuários da rede.

Antes da análise do critério de seleção do programa, é importante ressaltar que este foi um ato onde a Celesc  cumpriu a lei  n° 9.991/2000 e Resolução ANEEL n° 556/2013, que têm por objetivo incentivar o desenvolvimento de medidas que promovam a eficiência energética e o combate ao desperdício de energia elétrica.

Os critérios de seleção foram:
A. Acesso à Internet (Wi-Fi ou cabo de rede), disponível por, no mínimo, dois anos. 
B. Telhado com área disponível mínima de 20m². 
C. Telhado voltado para o norte, com desvio admitido de ±30°. 
D.
 Telhado com inclinação entre 20° e 35° em relação ao plano horizontal.

Além disso o cliente deveria ter um histórico de consumo médio de 350 kWh/mês, estar em dia com a distribuidora e ter 5 lâmpadas a serem substituídas por LED.

Por que foram usados esses critérios?

Primeiro referente ao consumo: No seminário foi apresentado o critério que o consumo mínimo foi de 350kWh/mês. No meu ponto de vista, este critério é devido a relação custo benefício dos equipamentos. São sistemas onde o kW instalado atinge os valores mais interessantes para o consumidor e como a Celesc estava dando o desconto, é um tamanho de sistema muito interessante para ela. Não que os sistemas menores não sejam interessantes. Apenas não são tão competitivos por unidade gerada que os sistemas maiores. 

Como posso deixar isso mais claro?

Um módulo fotovoltaico de 30W no comércio local aqui em Florianópolis custa R$ 178,00
178 / 30 =  5.93
Cinco reais e noventa e três centavos por Watt.

Na mesma loja, outro módulo fotovoltaico de 320W custa R$ 899,00
899 / 320 = 2.8
Dois reais e oitenta centavo pelo mesmo Watt.

Assim como os módulos, isso também vale para os demais componentes do sistema como inversor, estruturas e também para outros custos como: frete, projeto e instalação. A comparação que eu sempre faço é em relação ao melhor valor de quilograma que consigo na ração dos meus amados cachorros se compro o pacote maior.

Gostaria de deixar claro que sou fã número 1 dos sistemas menores! Principalmente porque eles permitem a ampliação gradativa e tem um rendimento com garantia que são imbatíveis! É importante ver todos os lados.

Voltando aos critérios,

Por que Wi-Fi? Porque o monitoramento remoto é uma excelente ferramenta que os sistemas fotovoltaicos oferecem, ou pelo menos a grande maioria deles. O monitoramento remoto permite tanto o usuário quanto a própria Celesc (neste caso) a acompanhar a produção do sistema. 

Como já foi dito em outros artigos deste Blog, os sistemas fotovoltaicos com equipamentos de qualidade quase não necessitam de manutenção mas estão sujeitos a falhas e a melhor forma de identificar a falha antes da surpresa na conta de luz é o monitoramento.

Eu, particularmente, gosto muito do monitoramento que apresenta a produção de cada módulo de forma independente. É muito prático e muito inteligente.

Sobre o telhado, a orientação ideal é para o norte pois estamos no sul do Planeta. Para os países do hemisfério norte, a orientação ideal é Sul. É preferível buscar a água do telhado que esteja para esta direção para maior aproveitamento da luz solar mas isso não impede de instalar em outros telhados, outras orientações, fachadas e etc...  Apenas o norte é referência para maior produção do sistema.

A inclinação, além de permitir maior produção durante todas as estações do ano, permite também uma limpeza automática dos módulos com a água da chuva e área mínima do telhado é o que comporta o painel (arranjo de módulos) necessário para a produção de no mínimo 350kWh/mês.


Uma pequena ressalva, em relação ao desconto onde no site do programa (http://bonusfotovoltaico.celesc.com.br/) informou que o custo tradicional do sistema é de R$ 16.705,83 mais as lâmpadas LED e que com o desconto o cliente pagaria R$ 6.682,33. Não foi apresentado o valor do projeto e instalação que em média custa 15% do valor da obra. Então, o desconto foi para os equipamentos.

Qual o resultado do programa? Quase 12 mil inscritos para concorrer as mil vagas. Sucesso absoluto!

Para finalizar, gostaria de dizer que este artigo não teve nenhum incentivo e/ou participação das empresas envolvidas, Celesc e Engie, mas gostaria de deixar claro a minha imensa satisfação em ver este projeto (pioneiro no Brasil) aqui tão perto e incentivando a geração de energia elétrica através de uma fonte limpa e inesgotável que é o Sol. O programa foi um grande passo para o desenvolvimento da tecnologia fotovoltaica não só em Santa Catarina e no Brasil mas sim em toda América Latina que ainda é carente em incentivos para o desenvolvimento sustentável. Um grande passo também para o desenvolvimento de uma infra estrutura moderna, sustentável e geração não só de empregos mas de uma economia mais verde que eu também faço parte.


Um grande abraço e obrigado pela leitura!

O programa Bônus Fotovoltaico da Celesc encerrou mas a boa notícia é que entendemos como a tecnologia funciona e também temos descontos especiais para realizar o seu sonho de gerar a sua própria energia aproveitando a luz do Sol.
Simplesmente o melhor investimento para a sua casa!
Julio Crepaldi Neto, Eng eletricista
CEO Crepaldi energy
48 9 8506 5412
crepaldi.julioneto@gmail.com